Goddess Save #5: A nossa jornada!

Olá, Eu sou a Carolina Neves, aspirante a bióloga, mãe de um pequeno viking e entusiasta de jogos analógicos há cerca de doze anos.
Talvez muitos já saibam, mas é sempre bom informar, sou também parte do mais novo lançamento da Redbox Editora, Goddess Save the Queen (#GStQueen), junto com o meu “partner in crime”, Julio Matos.
O convite para participar do livro partiu do Julio, idealizador da ideia central, que gostaria de uma co-autoria feminina para validar e tornar verdadeiramente inclusivo o trabalho que ele estava concebendo. Aceitei de imediato porque:
1) o Julio é um game designer incrível e qualquer experiência ao lado dele é de um aprendizado ímpar e,
2) é muito gratificante ajudar no desenvolvimento de um trabalho que dá representatividade e protagonismo para mulheres.
O background de #GStQueen me cativou desde o primeiro momento, poder visitar locais reais e, ao mesmo tempo, ter autonomia para recriá-los foi maravilhoso. Durante vários momentos eu relembrei de clássicos como a filmografia de Indiana Jones (mas com uma mulher na linha de frente) e Lara Croft: Tomb Raider.
Em uma outra oportunidade, pesquisando mais referências para o livro, me deparei com algo mais histórico e sombrio, como o evento da Schützenfest alemã e alguns jogos que fizeram parte da minha vida, como: BloodRayne e Wolfenstein. Acontece que, apesar de termos algumas mulheres chutadoras de bundas a frente dos exemplos que dei, como Lara e Rayne, ambas são extremamente sexualizadas, basta uma rápida busca no Google e é possível ver os pôsteres originais e todas as fanarts disponíveis.
Eu, como mulher, consumidora de jogos, leitora e ávida por representatividade, fiquei de coração leve ao ver como a essência da proposta do jogo estava sendo aceita, incorporada e replicada por toda comunidade após o anúncio de lançamento. Um maravilhoso exemplo foi ver a arte do Fred Rubim, que veio avassaladora, trazendo uma abordagem completamente diferente do conteúdo gráfico encontrado. Ele trouxe uma proposta contemporânea, onde se viam mulheres sendo mulheres, sem qualquer estereotipia! E, em essência, esse é o objetivo do jogo: mulheres tendo a oportunidade de serem elas mesmas: lutadoras, estudiosas, pilotos, etc. Sem qualquer restrição imposta pelo seu gênero.
Apesar de ser o chamariz e o principal (para mim) do livro, ser uma mulher em #GStQueen é tão normal que quando estamos em ação, o sexo passa ser um mero detalhe. Qualquer coisa que o seu personagem faria, ele poderá seguir fazendo na pele de uma das agentes da divisão Goddess!
Imagine que incrível um mundo onde mulheres podem ser livres para agir exatamente da mesma forma que qualquer outro personagem de jogo seu agiria? Por mais estúpido que o questionamento pareça, isso ainda assusta alguns players e não é tido como normal por outros tantos…
Falar da mecânica é sempre difícil pra mim, em especial porque normalmente é onde eu costumo empacar e demandar uma atenção extra (como eu joguei Vampiro, A Máscara por anos é uma incógnita! Hahahahaha), mas compreender a jogabilidade de #GStQueen não foi, em nada, difícil. Fiquei impressionada com a fluidez de como rolou o primeiro playteste que realizei com amigos.

Uma outra alegria foi poder trabalhar com a Nina Bichara, uma amiga querida que assinou o conto que permeia todo o livro, reafirmando para toda a comunidade RPGística que tem mulher produzindo no nosso meio (aliás, por quê não teria?) indo de encontro a comentários de que nós não ocupamos um nicho significativo dentro desse mercado.
O projeto de #GStQueen foi incrível, eu me sinto muito honrada e orgulhosa por todo parágrafo, toda pesquisa, conto, ilustração…
Foi um trabalho de muitas mãos e é justo agradecer a todos que apoiam, incentivam e viabilizam a produção de jogos em território nacional.
Vou finalizar deixando aqui o meu muito obrigada a todos que estão tão animados, ansiosos e felizes com o lançamento do livro físico! E nos ajudem a divulgá-lo! Espalhe a hashtag #GStQueen por aí, compartilhe as imagens, compre um livro extra e dê para a sua afilhada adolescente, enfim, vamos fazer juntos um grande lançamento! 🙂